Não gosto
Não gosto
De
quem fica me vigiando
Contando meus passos
Pra ver meus
tropeços
E meus embaraços
De quem me persegue
E
finge gostar
Da forma
Do cerne
Que há de olhar
De
quem me duvida
Minha própria jornada
De quem denuncia
Sem
prova nem nada
De quem satisfaz o ego ferido
De quem se
enverga
Sem ver o perigo
De quem abandona
Sem
justificar
De quem não vê mágoa
Enquanto se dá
De
quem embrutece a minha ilusão
E tece a teia
Do sim e do
não
De quem só entrega
Se for receber
De quem só
posterga
A honra de ser
De quem desfalece
O peso, a
culpa
De quem enternece
Lagarta e pulpa
De olhos
faceiros
E enganadores
De doces melindres
E de frios
amores
De tempo sem régua
De lua sem cor
De brasa
sem chama
De pele sem flor
De quem não desliza
Na
borda do mundo
De quem só baliza
Seu cume no fundo
De
quem espera
sem nada esperar
De quem ludibria
o
verbo amar
noi soul
Junho de 2025
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