tenho medo que interpretem demais minhas palavras:

que coloquem significados onde não existem

que fiquem focados em compreender muito esta ou aquela expressão

que se iludam buscando profundidade no raso e luz onde só há escuridão

que espelhem demais suas próprias frustrações naquilo que eu disse

porque eu raramente digo o que não queria dizer

é quase sempre direto, reto, sem arrodeios

mesmo quando invento palavras apenas porque acho mais bonitas de ler

tenho medo de quem perscruta cada colocação pronominal

caçando explicação que eu nunca desejei oferecer

trocando os verbos, pintando a roupa, tirando a tinta, podando o verso

quando tudo o que eu falo é tão simples

tão simples

tão simples

é coisa mais sobre sentir do que sobre entender...





Celéstyan

num inverno congelante do sertão baiano

no dia 2 de julho de 2025

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